Data: 13-09-2012
Criterio:
Avaliador: Danielli Cristina Kutschenko
Revisor: Tainan Messina
Analista(s) de Dados: CNCFlora
Analista(s) SIG:
Especialista(s):
Justificativa
Weinmannia organensis é uma espécie arbórea com registros para os Estados do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais entre 1.140 e 1.660 m de altitude. Possui uma EOO de 81.417 km² e desenvolve-se em floresta ombrófila densa, a qual possui um histórico de degradação antrópica, e encontra-se hoje severamente fragmentada. Considerando desta forma, a restrição da espécie a ambientes de altitude de floresta ombrófila densa, e à ameaça ao seu habitat, Weinmannia organensis está "Quase ameaçada" (NT). Sugere-se, entretanto, maiores estudos populacionais, os quais poderão levá-la a uma nova avaliação.
Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.
Nome válido: Weinmannia organensis Gardner;
Família: Cunoniaceae
Descrita em London J. Bot. 4: 104. 1845.
Em estudo fitossociológico das espécies arbóreas de floresta alto-montana, no distrito de Monte Verde, município de Camanducaia, no Estado de Minas Gerais, foram amostrados três indivíduos em uma área de 3.500 m² (Meireles et al., 2008).
Endêmica do Brasil; ocorre nos Estados deMinas Gerais e São Paulo (Zickel, 2012); entre 1.140-1.660 m de altitude (CNCFlora, 2011).
Caracteriza-se pelo hábito arbóreo (Meireles et al., 2008).
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes
A Mata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce. Algumas áreas de endemismo, como Pernambuco, agora possuem menos de 5% de sua floresta original. Dez porcento da cobertura florestal remanescente foi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis em vigilância e proteção. Antes cobrindo áreas enormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos de fragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si. As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criação de gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI. As causas imediatas da perda de habitat: a sobrexplotação dos recursos florestais por populações humanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano (pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiro aceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola (açúcar, café e soja). A derrubada de florestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650 km² de florestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia). Em adição à incessante perda de hábitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração de lenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais e invasão por espécies exóticas (Tabarelli et al., 2005).
1.1 Agriculture
Detalhes
A degradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25 ton/ha/ano. Aproximadamente 45.000 km² do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130 ton/ha/ano. O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dos ecossistemas. Para a formação das pastagens, os Cerrados são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogon gayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000 km² - uma área equivalente ao Estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).
1.2.1.3 Sub-national level
Observações: Espécie considerada "Vulnerável" (VU) pela Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).
4.4.3 Management
Observações: Ocorre em unidades de conservação (SNUC): Parque Nacional da Serra dos Órgãos e Parque Nacional do Itatiaia, no estado do Rio de Janeiro; Parque Nacional de Brasília, no Distrito Federal; e Parque Estadual da Ilha do Cardoso, em São Paulo (CNCFlora, 2011).
- ZICKEL, C.S. Weinmannia organensis in Weinmannia (Cunoniaceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB007128>.
- ZICKEL, C.S. Cunoniaceae. In: STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. 2009.
- TABARELLI, M.; PINTO, L.P.; SILVA, J.M.C.; ET AL. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira., Megadiversidade, p.132-138, 2005.
- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado brasileiro., Megadiversidade, p.147-155, 2005.
- MEIRELES, L.D.; SHEPHERD, G.J.; KINOSHITA, L.S. Variações na composição florística e na estrutura fitossociológica de uma floresta ombrófila densa alto-montana na Serra da Mantiqueira, Monte Verde, MG., Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v.31, p.559-574, 2008.
- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE, SÃO PAULO. SMA-SP. RESOLUçãO SMA N. 48 DE 2004. Lista oficial das espécies da flora do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção, Diário Oficial do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, 2004.
- Base de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2011.
CNCFlora. Weinmannia organensis in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora.
Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Weinmannia organensis
>. Acesso em .
Última edição por CNCFlora em 13/09/2012 - 14:43:21